O JR Pass dá a oportunidade de viajar ilimitadamente pelo Japão, nas linhas JR, durante X dias. Existe um passe de 7, 14 e 21 dias. Este passe é incrível para quem é visitante no Japão, no entanto embora seja extremamente útil, tenho dificuldade em entender como ainda permanece com um sistema tão archaico e tão pouco prático. E aí entro eu, em modo geek, pronta para dissertar sobre como inovaria o passe JR.
Entrada/Saída das estações de comboios – Para quem desconhece, ao usar o JR Pass, sempre que se passa numa entrada ou saída de comboios, é preciso mostrá-lo, não é prático e pode ser demoroso caso haja muita gente na fila. Os trabalhadores das estações de comboios também não parecem muito felizes com este modo de operar pois nota-se que é uma dor de cabeça sempre que alguém com o passe passa por lá.
Reservas – Fazer reservas não é prático. É necessário ir a um sítio específico fazer reservas (não se pode comprar nas máquinas) e por cada reserva, o funcionário põe um carimbo no JR Pass. Estamos em 2017, embora eu goste de usar carimbos nos meus cadernos, para uma empresa, deixa de fazer sentido isto. Toda a logística é complicada e desnecessária no meu ponto de vista. E não esquecer também, que recebemos um bilhete novo por cada reserva que façamos com o JR.
Como inovaria eu o passe JR?
Ao trocar os vouchers nos balcões por passes, em vez de entregar o cartão de papel, simplesmente entregar um cartão estilo SUICA. Este cartão podia ser lido em qualquer máquina e podiam-se fazer ou alterar reservas via este cartão. Este cartão poderia também ter uma password associada, que era entregue na mesma altura em que o voucher era trocado e permitir reservar e fazer alterações sobre as mesmas online. Digo estilo SUICA, mas poderia ser um cartão SUICA normal, que permitia carregar o saldo, mas também tinha a informação do passe JR lá dentro (parecido com os planos móveis póspago que, fora do plano principal póspago, permitem também carregar saldo).
Isto permitiria facilitar a vida tanto dos utilizadores como os dos trabalhadores da empresa.
O passe tem uma validade, e aqui a informatização ajudaria pois basta um pequeno erro humano para que uma pessoa que não tenha o passe válido, o use. Sei que os japoneses, pela sua própria natureza, são bastantes exigentes mas todas as pessoas falham e ninguém pode ser recriminado por isso.
E fraude? O JR Pass só pode ser usado por pessoas que não são japonesas e o método que estou a propor não ajuda propriamente a evitar a fraude do seu uso por pessoas não autorizadas. No entanto, enquanto estive no Japão e ao usar o JR pass, não me foi pedida nem a mim nem ao meu namorado, identificação. Tenho total noção que não parecemos japoneses mas quem poderia garantir que não tínhamos nascido no Japão?
Por último, há uma outra grande vantagem em informatizar este passe: dados. Tendo a informação disponível poderão analisar as maiores tendências dos seus utilizadores. Por exemplo, se uma pessoa reservou um lugar no shinkansen mas depois não o utilizou, era mais simples determinar estes eventos e contabilizá-los. Como empresa, não devem existir reservas que depois não são utilizadas.
Como pessoa de fora e vendo pela primeira vez isto, não consigo deixar de pensar como o JR pass é algo dificil de usar e manter, pode ser o meu cérebro mais ligado às informáticas mas vejo tanta inovação aqui. Na verdade adoraria participar num projecto desses.
Para quem já esteve no Japão e usou o passe o que acham?