Hoje é o “Dia da Terra”, um dia para pensarmos nos nossos hábitos, um dia para pensar no que podemos fazemos melhor no nosso dia-a-dia para ajudar o planeta. Acredito que pouco a pouco as pessoas vão tendo maior consciência do que a poluição está a fazer ao nosso planeta, principalmente porque já o sentimos, já não é algo só teórico. Desde quando estão 30 graus em Outubro? Para não falar da seca que Portugal tem vindo a passar nos últimos tempos, que felizmente estas chuvas do início do ano melhoraram, pelo menos por agora.
E faz parte de nós, fazer o que pudermos para que a balança caia para o outro lado. No dia de hoje, não falta informação de o que fazer para ser mais amigo do ambiente por isso eu quero escrever algo de diferente, algo que é importante dizer.
Faz o teu melhor e não tentes fazer tudo de uma vez.
Esta frase pode ser usada para muita coisa mas é importante referi-la neste contexto. Há muita coisa fundamentalista na Internet e é difícil uma pessoa não sentir-se intimidada pela quantidade de mudanças na rotina que devem acontecer para conseguir ser “zero-waste”. É um tema que me apela mas para mim deveríamos chamá-lo “lower waste”, zero é uma palavra tão sim-ou-não, algo impossível de atingir para muitas pessoas, incluindo eu. Não vou dizer que não gosto da ideia, adoro, mas para algumas pessoas pode ser intimidante. “Como vou fazer isto tudo?” e isso depois torna-se “Mais vale não fazer nada”.
Devemos sim fazer mudanças, mas adequadas ao nosso estilo de vida, se uma pessoa não tem tempo mudar radicalmente para começar a fazer a sua própria granola, o seu próprio pão, as suas próprias bolachas, etc, será algo efémero porque rapidamente essa motivação inicial esgota-se. Uma pessoa com dificuldades financeiras não vai conseguir comprar a granel, visto que muitas das lojas que vendem a granel são muito caras. “Nem tanto ao mar, nem tanto à terra”, já o ditado dizia.
Eis o que acredito e que funciona comigo: fazer mudanças graduais e com tempo. Por exemplo, “este mês vou começar a reciclar” ou “este mês levarei sempre uma saca de pão quando for à padaria” e não “este mês serei completamente zero waste”. Não será impossível cumprir isso claro, mas qual terá maior probabilidade de se propagar para o resto do ano? Daí achar que o desafio da Páscoa da Quercus ter sido tão pouco apelativo às pessoas, 40 dias sem plástico? Temos de ser realistas, em 2018, isto não é uma realidade possível para maior parte dos Portugueses. Não devemos começar assim, talvez seria melhor “Uma semana sem plástico” para que qualquer Português pudesse entender quão difícil é atingir isso no seu quotidiano. 40 dias intimida logo as pessoas, logo a adesão é muito mais pequena do que poderia ser.
Por isso, hoje convido-vos a refletir sobre isto, numa pequena mudança que podem fazer para ajudar o nosso planeta Terra, o nosso Lar, por mais insignificante que possa parecer na escala mundial. E, se neste momento já fazem tudo o que podem, felicitem-se, não pensem em tudo aquilo que ainda não conseguem fazer, não ponham mais pressão em vocês próprios, porque essa pressão poderá potencialmente reverter todo o vosso caminho até agora.